A medicina evolui a cada dia, com novas especificidades: uma delas é a dor. Esse novo ramo da atividade médica se dedica exclusivamente ao combate da dor, tratando-a não como um sintoma, mas como uma peculiaridade que deve ser tratada diferencialmente.
Durante a IV Jornada da Dor, evento realizado no hotel Barreira Roxa, o doutor Cledio Alves Pereira, ortopedista e pós-graduando em dor, mostra como é essa especialização da medicina. Segundo ele, o estudo da dor de maneira diferenciada é feito de modo mais eficaz do que é o tratamento usado por médicos de outras áreas. Cledio declara que em vários casos de dor, que os médicos, dito por ele “normais”, receitam dipirona, antibióticos, entre outros, o especialista da área pode curar de outra forma como, por exemplo, usando um remédio para epilepsia.
Existem muitas técnicas para tratar da dor e elas são estudadas e aplicadas por esses profissionais especializados. Acupuntura, fisioterapia, anticonvulsivantes e outros métodos garantem que pessoas com vários tipos de dores diferentes possam ser curadas.
Outra descoberta inovadora foi a da dor fantasma, causada em pessoas que têm um membro amputado e mesmo assim continuam a sentir dor no membro, que fisicamente não pertence mais ao seu corpo.
Novas tecnologias são apresentadas
O diagnóstico e o tratamento da dor estão sendo debatidos por especialistas de todo país e profissionais de saúde do Estado nesta jornada, que está sendo realizada pela Sociedade Norte-riograndense de Estudos da Dor (Sonred).
Novas tecnologias para exames e tratamento também estão sendo apresentadas. Entre as novidades está a Termografia Infravermelha, que identifica qualquer tipo de dor através do calor do corpo do paciente.
O exame, novo no Brasil, ainda não chegou ao Nordeste. Trata-se de um método seguro de diagnóstico e, por isso, não tem contra-indicação, podendo ser feitos por crianças ou gestantes.
De acordo com o palestrante da Jornada, o médico do centro da dor do hospital 9 de Julho (SP), Marcos Brioschi, a Termografia Infravermelha detecta qualquer tipo de dor através de alterações de temperatura da pele. “Excesso de calor ou frio representa dor. A partir das imagens podemos identificar o tipo de dor, o local e o tratamento adequado“, explica.
Segundo Brioschi, com o novo exame é possível diagnosticar dores que não são possíveis através do ultrassom ou da ressonância magnética. “É possível identifica, inclusive, doenças neurológicas, que são negligenciadas“, salienta o médico.
Dessa forma, a Termografia Infravermelha é capaz de identificar desde uma dor de cabeça até a extensão da dor provocada por hérnias de disco. Outra vantagem do exame é que através dele, o médico pode fazer um acompanhamento mais detalhado e saber como está a evolução do tratamento do paciente. “Além disso, a Termografia é um terço mais barata do que uma ressonância magnética“, completa Brioschi.
Apesar de ainda não está disponível em todas as regiões, o exame já é coberto por alguns convênios e em breve deve ser pago também pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A Previdência Social também está estudando o exame como forma de identificar mais criteriosamente quem precisa ser afastado do trabalho permanente ou temporariamente“, conta o especialista.